quinta-feira, abril 06, 2006



O Benfica foi derrotado em Camp Nou, perante um Barcelona que, apesar de dominar, chegou a assustar-se na fase final da partida, mas que acabou por seguir em frente na eliminatória. Acabou por ser um Benfica algo curto, em termos atacantes, aquele que, ainda assim, saiu de forma muito digna da Liga dos Campeões, na melhor prestação “encarnada” nos últimos 10 anos.

Felicidade nas luvas de Moretto
Ao contrário do que se pensava, a partida nem se iniciou numa toada muito veloz. O Barcelona chamou a si o comando das operações, mas sem nunca impor velocidade, optando, sim, por obrigar os jogadores do Benfica a errarem, através de uma pressão muito alta. E o Benfica acabou mesmo por cair na ratoeira.

Assim, logo aos 3’, Petit cometeu grande penalidade, quando um cruzamento do omnipresente Van Bommel encontrou o seu braço, num lance idêntico ao que acontecera com Motta na Luz. Só que, tal como Koeman temia, na área do Benfica não existiram dúvidas e o árbitro assinalou grande penalidade. No entanto, para espanto de todos, Ronaldinho (chamado a converter o castigo máximo) falhou, permitindo uma monumental estirada de Moretto para o seu lado direito.

Malditos erros
Pensou-se que o Benfica aproveitaria tal tónico com vista a arrancar para uma noite de sonho, mas aconteceu precisamente o contrário. O Barcelona dominava o jogo da forma que bem entendia, enquanto que o meio-campo e a defesa do Benfica defendiam com nervos em demasia e não conseguiam colocar uma única bola em Miccoli e Simão, elementos mais avançados. A persistência nos lançamentos longos tinha como destino quase certo mais um fora-de-jogo. Mas os minutos iam passando e o Barça também não marcava, pelo que nenhum mal vinha ao mundo.

No entanto, aos 19’ tudo mudou. Beto teve um erro crasso, perdendo a bola junto à sua área e Eto’o passou como uma seta por Anderson antes de centrar rasteiro para Ronaldinho encostar. A vencer, o Barcelona acelerou um pouco mais o seu jogo e o Benfica enervou-se ainda mais. Pelo meio, Ronaldinho ainda espreitou o segundo, mas o seu livre directo teve como destino as redes laterais. Depois, aos 39’, Léo, num lance infeliz, assistiu Van Bommel que, perante Moretto, atirou em força para uma tremenda defesa do brasileiro com o seu pé direito. Completamente manietado pelo seu adversário, o Benfica tinha de ser muito mais acutilante na segunda parte e evitar os erros defensivos que estavam a determinar o seu destino no jogo e na prova.


Que pena Simão...
Surgiu um pouco melhor o Benfica na segunda parte, perante um Barcelona que continuou a apostar nos erros do meio-campo benfiquista, ou seja, circulando a bola, mas acelerando apenas em situações em que os “encarnados” estivessem descompensados em termos defensivos. Assim, e como o Benfica raramente deu espaços nos primeiros minutos da segunda parte, começou a ver-se um Benfica mais dominador e esticando um pouco mais o seu jogo. Koeman quis mesmo dar um abanão aos seus jogadores, colocando em campo Karagounis e retirando Geovanni. O que é certo é que aos 60’ o Benfica esteve à beira do empate. Miccoli isolou Simão, com um arco perfeito. O internacional português dominou com o peito e, à entrada da pequena-área, atirou de pé esquerdo às malhas laterais, quando cerca de oito mil benfiquistas já gritavam golo.

Com o passar do tempo o Barça foi ficando um pouco mais nervoso, apesar de dominar sempre a partida, e concedeu mesmo espaço a Miccoli para dois remates de longe que colocaram o regressado Puyol, bem como os companheiros de defesa, em sentido. Depois, entre os 70 e 80 minutos, Koeman jogou os restantes trunfos, lançando Robert e Marcel e abdicando de Beto e Manuel Fernandes.

E o que é certo é que o Camp Nou suspirou de alívio quando aos 86’ Valdés realizou uma excelente defesa a violento remate de Karagounis, que bateu na relva antes de chegar ao guardião catalão. Pena foi que aos 88’ o Benfica cometesse novo erro fatal. Desta feita foi Petit a perder a bola no miolo. Ronaldinho agradeceu e colocou, de primeira, na direita, onde surgiu Belleti a centrar para a finalização perfeita de Eto’o. Estava terminada a melhor aventura europeia do Benfica na última década.


(notícia retirada do site www.slbenfica.pt)